domingo, 18 de agosto de 2013

Tecnologias Assistivas e a Audição do Idoso



Tecnologias Assistivas e a Audição do Idoso
por Doriane S. Gonçalves (Junho de 2013)


Introdução

De acordo Bersch (2013) Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de Recursos Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover Vida Independente e Inclusão.

Hoje dentre numerosos recursos de tecnologias assistivas, estão as próteses auditivas, que são dispositivos tecnológicos de amplificação sonora, utilizados quando existe uma diminuição leve ou até acentuada de perda auditiva. Estes dispositivos chamados de AASI (Aparelhos de Amplificação Sonora Individual) são solicitados após exames específicos de avaliação médica – por um otorrinolaringologista e posteriormente se necessária a indicação, seleção e adaptação do aparelho que é realizada por um fonoaudiólogo.

Com o advento das alterações fisiológicas e funcionais próprias do envelhecimento, surge uma diminuição na sensibilidade auditiva. A este fenômeno natural de todos os organismos humanos dá-se o nome de Presbiacusia.  De múltiplos fatores esta alteração auditiva poderá ocorrer mais cedo ou mais tarde obedecendo a fatores genéticos e/ou comportamentais e ambientais ao longo da vida, tais como: tempo de exposição a ruídos, produtos químicos, uso de medicamentos ototóxicos, tabagismo, entre outros. 


Segundo Ching (2009) até o momento, existem poucos estudos epidemiológicos que mostrem a preva­lência da presbiacusia, no Brasil. Por este motivo é imprecisa a informação quanto à aceitabilidade e aderência a um programa de reabilitação auditiva dos idosos, quanto ao uso efetivo das próteses auditivas. Russo (2009) relata sobre estudos que comprovam que a perda auditiva na população idosa ocorre de 5 a 20% nos indivíduos com 60 anos de idade; essa incidência aumenta para 60% nos indivíduos a partir dos 65 anos.



A comunicação do idoso com presbiacusia fica comprometida quando não são tomadas medidas preventivas ou ofertados cuidados no restabelecimento da audição com o uso de próteses auditivas. É comum o relato de idosos que dizem não entender o que está sendo dito. Pois é justamente nas frequências da fala humana que se dá o primeiro sintoma sobre a diminuição auditiva. O que pode levar ao acometimento de diversas patologias secundárias do isolamento social sobrevinda da dificuldade comunicativa. Como por exemplo, a depressão, a hipertensão, distúrbios metabólicos, entre outros.

De acordo com Carvalho (2007) em função do impacto da deficiência auditiva sobre a vida psicossocial dos idosos, a possibilidade de usar aparelhos de amplificação sonora, minimizando sua perda auditiva e facilitando sua comunicação, pode ser motivadora e significativa para a melhoria da sua qualidade de vida.



Mattos (2007) nos faz refletir que a indicação, adaptação e uso do aparelho de amplificação auditiva individual precocemente, ou seja, imediatamente após o diagnóstico de uma perda auditiva de grau leve e/ou moderado, poderá contribuir para a prevenção do aumento do grau de perda auditiva e de outras alterações relacionadas às questões psicossociais do indivíduo com perda auditiva.




Considerações Finais



As perspectivas frente à temática de novas tecnologias muitas vezes não acompanham o desenvolvimento sócio-econômico da população. Visto que a carência financeira torna-se um obstáculo pela procura de elementos de tecnologias assitivas. Objetos necessários na qualidade de vida, como óculos, próteses dentárias e auditivas. Tornam-se muitas vezes elementos secundários perto da necessidade de medicações e cuidados mais imediatos em se tratando da população mais carente.

O ministério da saúde através da Portaria nº 432 de 14 de novembro de 2000, dispõe sobre os principais produtos e serviços que estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde(SUS). Nossa reflexão permanece sobre a dificuldade burocrática referente a estes recursos e ainda sobre a falta de informação aos idosos de nossa sociedade sobre estes produtos e serviços ofertados pela saúde pública.

Entretanto é necessário informar que existem programas do ministério da saúde que incentivam o uso, bem como os cuidados com a saúde auditiva. Mesmo sendo programas de pouca repercussão na mídia, se faz necessário à busca e uso de tais programas para que não sejam negligenciados os direitos a saúde e o de bem ouvir dos idosos acometidos pela presbiacusia.


Bibliografia



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VERAS, Renato Peixoto; MATTOS, Leila Couto. Audiologia do envelhecimento: revisão da literatura e perspectivas atuais. Rev. Bras. Otorrinolaringol.,  São Paulo,  v. 73,  n. 1, Feb.  2007.   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992007000100021&lng=en&nrm=iso>. access on  13  Apr.  2013.  http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992007000100021.




SOUSA, Maria da Glória Canto de; RUSSO, Iêda Chaves Pacheco. Audição e percepção da perda auditiva em idosos. Rev. soc. bras. fonoaudiol.,  São Paulo,  v. 14,  n. 2,   2009 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-80342009000200016&lng=en&nrm=iso>. access on  13  Apr.  2013.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342009000200016.



Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/PORT2000/PT-432.htm Acesso em : 06/04/2013.



SartorettoMara Lúcia e BerschRita. Disponível em: http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html Acesso em: 06/04/2013.

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